Adios Mexico - De Salina Cruz a la Mesilla (Guatemala)
Depois de um breve regateio, consegui que a tarifa do “vistoso” quarto 802, no Hotel Vinisi, baixasse de 350 para 250 pesos…
Quarto no Hotel Vinisi
A violência do vento ainda era mais visível e audível aqui, nos pisos superiores do hotel. A ramagem das árvores volteava ruidosamente, numa dança louca e desordenada. Os toldos de plástico apenas resistiam em ruas ou recantos mais abrigados. Estava indeciso e apreensivo em fazer-me à estrada, tanto mais que ainda não tinha percebido se o vento tinha uma direcção definida e qual era…
Aproveitei para ir aos correios enviar um postal que comprara em Puerto Escondido. O postal é uma fotografia do sub-comandante Marcos – do “exército zapatista”, que deu que falar em meados da década de 90, se não estou em erro – encapuçado e armado. Na altura, estranhei encontrar à venda um postal dum “rebelde”, e hoje, ao ver o postal passar de mão em mão pelos diversos funcionários da estação de correios e os olhares cruzados, fiquei com a “certeza” que jamais o postal chegará ao destino – ou talvez chegue!!
Inventei pretextos para atrasar a partida, mas chegou o momento de decidir e optei por retomar a viagem. Na verdade, o vento tem sido permanente nos últimos dias e deve continuar. Além do mais, estive a ver o mapa e reparei nos nomes de duas povoações próximas, por onde iria passar: La ventosa e La venta. Soube por acaso que essa zona alberga um dos maiores parques eólicos do México, ainda em pleno crescimento… Não havia, portanto, que enganar: estou no meio dele e é com ele que tenho de me entender.
Até Tehuantepec a estrada é uma linha recta em solo plano, apontada a Norte. O vento sopra de nordeste e progrido devagar, sempre com mudanças baixas. A maior violência é psicológica, é ver aquela estrada plana estender-se no horizonte, saber que poderia estar a rolar a 25 kms/hora sem esforço significativo mas ter de atacar a estrada como se de uma montanha se tratasse…
A próxima recta são cerca de trinta quilómetros, até Juchitan, em direcção a nordeste. Não há que enganar: frente a frente, sem ilusões nem contemplações…seguem-se mais quinze quilómetros, até La Ventosa, o primeiro parque eólico, de novo para Norte e os últimos quinze para Este, até La Venta, sem dúvida os mais duros. Se pedalar contra o vento é duro, pedalar com rajadas de vento lateral, transformam a deslocação num arriscado exercício de equilíbrio, pois o habitual ângulo de 90º, ao solo, tem de se ajustar constantemente e muito rapidamente, sob pena de ser projectado para fora da estrada e cair, quando o vento sopra, ou enfiar-se no meio da estrada, quando amaina…e numa estrada sem bermas e com trânsito fluente, é pedalar no fio da navalha... enfim, tem de ser entendido como (mais) um estágio para o vento patagónico que se há-de fazer sentir mais a sul…
Surpreendentemente, o dia seguinte acordou sereno, praticamente sem uma única brisa, apesar das torres eólicas de La Venta rodarem lentamente… a dona do hotel Tanguyu disse-me para chegar o mais longe possível hoje, pois a previsão é de que amanhã o vento regresse em força.
Os peregrinos
Peregrinos da Virgem de Guadalupe
De La Venta – uma aldeia minúscula que não aparece nos mapas – até Tuxtla Gutierrez, capital do estado de Chiapas, a estória dos meus dias são as imagens, os rostos, os pés, as roupas, os carros, a poluição, as buzinas, os acenos, as tochas e até a comida, dos milhares de peregrinos que correm, dia e noite, pelas estradas do México – uns vêm da Cidade do México, veneram a Virgem de Guadalupe, outros vêm desde Oaxaca, e veneram a Virgem de Juquila – em direcção às suas aldeias natal, onde almejam chegar invariavelmente no Domingo, dia 12, dia da Virgem de Guadalupe.
Há grupos só masculinos, só femininos ou mistos, uns com pessoas de todas as idades, outros apenas de jovens. Invariavelmente têm um ou mais carros de apoio e correm em estafeta, sendo o testemunho, obviamente, uma tocha em chama, ou pelo menos fumegante…
Peregrinos da Virgem de Guadalupe
Cada grupo tem a sua estratégia: uns, como o primeiro com quem me cruzei, iniciam cada jornada por volta da 1h da manhã, correndo essencialmente durante a noite; outros fazem uma jornada diurna; os grupos pequenos – cerca de 10 ou 15 peregrinos – rendem-se de 2 em 2 quilómetros; nos grupos maiores chegam a fazer apenas percursos de 200 metros, em grande velocidade – várias vezes não consegui acompanhar o ritmo deles, rolando eu a cerca de vinte kms/hora…; nos grupos com dois carros, um vai largando os peregrinos espaçadamente ao longo da estrada, ficando com o último e o outro carro vai-os recolhendo à medida que terminam o percurso, até se juntar ao outro carro…
Peregrinos da Virgem de Guadalupe
Por vezes a estrada é uma confusão total, com diversos grupos a “competirem” entre eles; os carros, invariavelmente com diversas buzinas, desafiam-se numa berraria ensurdecedora; nuvens de fumo negro, tresandando a gasóleo, soltam-se dos escapes decadentes. Tudo abrilhantado por irritados condutores menos condescendentes…
Com o decorrer do dia – dos dias – começo a reconhecer rostos, a receber incentivos e a retribuir, a tirar fotografias e a “quase” ser solicitado para as tirar…afinal os oitenta quilómetros que percorrem por dia é semelhante à minha própria jornada…
Peregrinos da Virgem de Guadalupe
Em Santo Domingo, todas as taquerias e congéneres estavam repletas de peregrinos. Aproximei-me de uma que tinha estacionado em frente um enorme camião de peregrinos. Numa mesa improvisada, dispunham os vários molhos picantes, onde cada um vinha rechear as quesadilhas acabadas de fazer no fogareiro ao lado, também ele improvisado. Dezenas de homens e mulheres iam comendo e repetindo…devo ter abusado, intencionalmente, um bocado, na manobra de estacionar a bicicleta, a ver se algum dos curiosos que espreitavam e comentavam em cochicho, se metia comigo…e deu resultado! Depois da conversa habitual, fui convidado para tomar o pequeno-almoço com eles e, com a pequena contribuição que dei, acompanharam a refeição com sumo e coca-cola…
Antes da subida para Rizo de Oro
Depois de uma esforçada subida, temperada pela mais violenta ventania de que tenho memória, entrei em Chiapas. Os peregrinos passavam por mim velozmente e desapareciam na próxima curva. Uma brigada de cantoneiros, encolhidos de frio, descansava no abrigo de uma encosta, enquanto outro grupo ia tapando os buracos da estrada com uma pazada de alcatrão, que batiam com um pequeno maço. Olhavam-me e avisavam-me que tinha de parar na próxima curva e na outra e na outra ainda, pois já se tinha virado um camião com as rajadas de vento. Mesmo que não o quisesse fazer, não tinha alternativa… cada curva parecia ser um túnel de vento, uma porta entreaberta para onde converge todo o vento aprisionado algures. Invariavelmente desmontava e arrastava a Dempester em busca de um próximo troço mais abrigado, para a estória se repetir poucas dezenas de metros depois … Cheguei a Rizo de Oro, uma pequena aldeia na montanha, e enfiei-me na primeira porta aberta que vi, que por sinal era uma mercearia.
Chiapas Zapatista
Comprei umas bolachas, água e algo ma(i)s – gosto de uma expressão “publicitária” que muitas “tienda” utilizam: “tacos e algo ma(i)s”, ou “fruta e algo ma(i)s”. Eram 53 pesos e, para meu espanto, a miúda arredondou para 50! o que me deixou atrapalhado… ia beber logo ali um trago de água mas, mal rodo a tampa, constato que era gaseificada – entenda-se, doce. Fiz um ar surpreso e comentei em voz alta que não era o que pretendia. A miúda disse gentilmente para não a abrir (ainda não tinha “rebentado” a tampa…) e trocar. Assim fiz, e ela estende-me dez pesos da diferença de preço. Desta vez foi a minha oportunidade de a deixar estupefacta, ao recusar o dinheiro…na verdade, este episódio do “dinheiro” é algo que me tocou pela novidade, mas sobretudo por um certo simbolismo… neste mundo monetarizado e mercantilizado – e aqui, no México, quando a conta terminava em 50 cêntimos, era frequente pedirem-me se podiam arredondar para cima – foi exactamente numa loja “pobre”, dum local ermo e agreste, que me presentearam com um desconto de 3 pesos! No fundo, talvez este gesto me tenha apenas recordado situações semelhantes, em que o “arredondamento” era a favor do cliente, normalmente conhecido, vizinho, amigo até…acontece que aqui eu sou estrangeiro, de passagem e…rico!
Pensava lanchar em Lázaro Cárdenas, que aparece no mapa como um povoado de “dimensão”, mas as poucas taquerias à beira da estrada, não eram de todo apelativas, com um ar mesmo repulsivo…felizmente, numa das incontáveis, e indescritíveis, “oficinas” de carros que existem ao longo da estrada, estava, para reparar, uma camioneta de um vendedor de bananas. Acho que eram bananas para fritar, mas difícil foi convencer o vendedor a vender-me só um quilo, que comi, quase todo, logo ali…
Rizo de Oro a Lázaro Cárdenas
Talvez um dos momentos de maior gozo nestes dias de “peregrinação”, foi quando me deparei com um grupo de San Juan de Chamula. Com trajes típicos, onde se destaca uma espécie de túnica em lá de ovelha, muito felpuda, ajustado à cintura por cintos negros, descansavam à sombra de um arvoredo, quando parei e dei as boas tardes. Acho que nenhum respondeu e poucos terão sequer olhado… mas não desarmei.
Peregrinos da Virgem de Guadalupe de Chamula
Perguntei se me podiam dizer como se chamava a próxima povoação e a quantos quilómetros ficava, pois tinha pouca água – mentira, tinha água de sobra. Depois de um silêncio prolongado, já começava a deslocar a bicicleta, uma voz levantou-se e disse-me o que eu bem sabia, mas queria ouvir: a próxima povoação é Cintalapa e está a menos de 10 quilómetros. Pus-me a olhar para o mapa, a fazer teatro, e num escasso minuto estava rodeado por uma dúzia de jovens e menos jovens, que miravam a bicicleta como a garrafa de coca-cola, d”os deuses devem estar loucos”… o conta-quilómetros, os pedais de encaixe e a tartaruga que viaja no atrelado, faziam as delícias de todos. Depois de me bombardearem com perguntas e lhes responder pacientemente, perguntei-lhes se queriam tirar uma fotografia com a bicicleta e, para minha surpresa, não houve recusas nem hesitações… Foi então que apareceu o decano do grupo, um homem idoso e alto, que disse, orgulhoso, não ser mexicano nem xiapaneco, mas sim guatemalteco. Olhou para a bicicleta e, apontando para um dos alforges da frente, perguntou se tinha ouro e se lho podia dar… retorqui que esse alforge estava cheio de ouro, sim, o do outro lado estava cheio de prata, o saco grande, que vai no atrelado, cheio de dólares e na pequena bolsa, que tirei lhe mostrei, os poucos pesos para a viagem. Disse-lhe para escolher, excepto a bolsa dos pesos…Por entre gargalhadas e ares espantados, mostrei-lhes o que tinha nos alforges… e acabaram a convidar-me para aparecer no dia 12 em Chamula, à chegada deles.
San Juan Chamula - Igreja
Não consegui estar em Chamula no dia 12, e é a maior perda que sinto nesta viagem, pois estive lá no dia 16, na igreja onde se vive o ambiente de maior misticismo, fervor, fanatismo, demência, paganismo. Onde se matam galinhas com um torção no pescoço, depois de as ter volteado sobre a cabeça – neste caso, de um bebé ; onde se bebe poncha por um copo que circula de mão em mão e de boca em boca; onde as garrafas de coca-cola, fanta e outros refrescos, se estendem lado a lado com milhares de velas de todos os tamanhos e cores; onde se come e bebe no intervalo de rezas fervorosas e inflamadas, que parecem trazer consigo pedaços das entranhas; onde se interrompe a reza para atender o telemóvel; onde é absolutamente proibido fazer qualquer registo de imagens ou som mas onde se conversa amenamente, como num café ou banco de jardim; onde o cheiro da cera e do incenso são tão intensos e o fumo tão expeço que, pouco depois de entrar, lacrimejava e tossia incontidamente… De facto, quando transpus a pesada porta e dei um passo no interior fofo, da caruma macia dos pinheiros, que cobre o chão de mosaico, parei e, pela primeira vez, que me lembre, hesitei e considerei recuar, tal a força e o peso que se sente desde a porta…então aqueles raios de sol, que entram, oblíquos, pela única (?) janela, trespassam a nuvem de fumo negro das velas a arderem e incide directamente na cabeça sombria e barbuda de um santo encostado à parede, parecendo ser verdadeiramente o único vivo naquele espaço lúgubre…
Cintalapa
Tuxtla Gutierrez é uma cidade feia e sem qualquer interesse…safa-se o jardim botânico – agradável para um passeio – e o jardim da marimba, para os dançarinos e apreciadores da doce marimba, um instrumento musical típico destas paragens, um misto entre o piano (na “forma”) e o xilofone no som…todos os dias – sim, todos, de segunda a domingo – há uma banda a tocar no coreto e os tuxtlecos, especialmente os mais idosos, acorrem para dançar.
Tuxtla Gutierrez – Marimba
Tuxtla Gutierrez – baile diário no jardim da marimba
Tuxtla Gutierrez – David, 5 anos, engraxador
Mas foi o desfile da Senhora de Guadalupe que me fez passar o Domingo em Tuxtla, Desde o clarear do dia até noite escura, é um perpétuo desfilar de peregrinos, de todos os bairros, todas as ruas, todas as empresas, lojas, jornais… trazem os carros, as motas e até bicicletas e não arredam pé sem sentirem, ou verem, a água benta que um padre loiro, de olhos azuis e sorriso permanente, distribui, incansavelmente, todo o dia. Eu fui bafejado uma boa meia dúzia de vezes…
Tuxtla Gutierrez – desfile da Virgem de Guadalupe
É um espectáculo que me eximo de adjectivar ou qualificar, mas raia a loucura e não cabe em qualquer cabeça racional…nem creio ser suposto. Mas vivê-lo de perto é algo dificilmente olvidável…
Antes de deixar Tuxtla, ainda fiz um périplo pelo Canyon del Sumidero. Creio que se o tivesse feito de canoa, teceria rasgados elogios, teria sentido a força das paredes que se erguem na vertical, a maior, a mais de 1000 metros acima da água e recomendaria a todos. Mas naquele bote a “100 à hora”, correndo velozmente rio abaixo e regressando também “a todo o vapor”, confesso que me soube a tempo perdido…
Tuxtla Gutierrez – Canyon del Sumidero
…E mais uma “dose” de fotos soltas de Tuxtla…
Tuxtla Gutierrez – Canyon del Sumidero
Tuxtla Gutierrez – Vendedor de pássaros
Tuxtla Gutierrez – mural
Tuxtla Gutierrez – acepipes
Tuxtla Gutierrez – Mercado
Tuxtla Gutierrez – fruta para o lanche
Tuxtla Gutierrez – Cibercafé
Tuxtla Gutierrez - restaurante
Tuxtla Gutierrez – peregrinos no jardim da marimba
Tuxtla Gutierrez – escola livre de música
Tuxtla Gutierrez – Desfile da Virgem de Guadalupe
Chiapa de Corzo é uma pequena vila a dez quilómetros de Tuxtla. Orgulhosa e orgulhosos os seus habitantes, tem uma praça enorme em cujo centro se ergue a mais antiga fonte Mudéjar do México.
De Chiapa de Corso a San Cristobal de las Casas, são cerca de cinquenta quilómetros a subir…sempre. Mesmo sabendo que assim era, continuava a sonhar que após a próxima curva terminaria a subida. Essa curva demorou 50 kms a chegar…mas chegou por fim. A cidade fica num vale extenso e, vista de cima, surpreendeu-me pela dimensão. Mas a dimensão é a menor das surpresas e a mais desprezível das característica de San Cristobal. San Cristobal não é para descrever, não é para explicar, não é para comentar. Não basta ver, apesar da imensidão que tem para mostrar. Não basta ouvir, apesar da miríade de sons, vozes, buzinas, pregões, músicas, que se atropelam. Não basta cheirar, apesar dos odores que se soltam das casas, dos bares, dos mercados, dos restaurantes, das padarias, das doçarias. Não basta ler, apesar das livrarias, papelarias, jornais, museus. Não basta passear nas ruas empedradas, ladeadas por casas invariavelmente de um só piso, de todas as cores imaginárias, com telhados de telha de canudo e pátios interiores. É preciso meter o nariz pelos constantes pátios floridos, coloridos, limpíssimos, silenciosos, tranquilos, misteriosos. É preciso percorrer todos os mercados, sejam de artesanato ou de compra e venda de bens comuns. É preciso ver, por fora e por dentro, mais de uma dezena de igrejas impecavelmente preservadas e, esperando uns minutos, assistir ao mais comovente e inexplicável diálogo de um crente desesperado, com a virgem, surda e impassível. É preciso parar numa esquina, em todas as esquinas, e rodopiar para acompanhar a multitude das cores, das formas e dos movimentos – das pessoas, dos carros, das bicicletas, do sol, dos ruídos, da vida que passa, da tez, dos olhares, dos cabelos, da pobreza, da natureza genuína dos indígenas nos seus trajes e costumes. Mas também dos estrangeiros, essencialmente europeus, que afluem em grande número. Muitos, para passar uns dias apenas, outros buscando um qualquer sentido, fugidio, para a vida, vêm em missões de voluntariado. Tantos, encontram-se no TerrAdentro, um espaço cooperativo de índole zapatista, onde se fala, se canta, se escreve, se come, se bebe, se trocam bens, mas sobretudo onde se respira cumplicidade e onde os olhos parecem ter um brilho diferente e os rostos sorriem. Talvez de esperança, talvez de ilusão. Ou talvez simplesmente porque sim…ou, porque não?
Mas se descrever San Cristobal é impossível e injusto, ser fotografada por um amador, ainda mais…mas como não resisti, aqui ficam, para os pacientes e tolerantes, umas dezenas das centenas que tirei…
San Cristobal de Las Casas – TerrAdentro, cooperativa zapatista
San Cristobal de Las Casas – museu do âmbar
San Cristobal de Las Casas – faculdade de direito
San Cristobal de Las Casas - Catedral
San Cristobal de Las Casas – Igreja de Guadalupe
San Cristobal de Las Casas – mercado de artesanato
San Cristobal de Las Casas – mercado
San Cristobal de Las Casas…
A caminho de Comitan de Dominguez…
De San Cristobal a Comitan
De San Cristobal a Comitan - Tzintul
Comitan de Dominguez foi a minha última estada no México, antes de cruzar a fronteira e ir dormir a La Mesilla…”aterrei” na praça central e encontrei-me na “casa de cultura”, que não tinha nada para oferecer, excepto informação sobre o que estava a acontecer ao lado…Na casa museu Belizário Dominguez, o orgulho e herói da cidade, estava a decorrer a apresentação de um trabalho de investigação sobre os migrantes da fronteira sudeste do México. Impressionante as fotografias e os relatos sobre a corrente migratória que vem da América Central, pela fronteira de Tapachula, atrás do “sonho americano”. Setenta e dois mortos, em La Rosa, de uma só vez. Roubos e violações, relatados na 1ª pessoa…não ali, claro, mas aos autores do trabalho…
Comitan de Dominguez
Mal findou a apresentação, já o jardim, na praça central, fervilhava de música, com três concertos em três das quatro lados da praça, com o som a atropelar-se e as pessoas amontoadas… É impressionante a vida vivida nas ruas e praças do México. É um espectáculo de cor, vida, movimento, energia, diálogo, comunicação, afecto…Como parece mais pobre a vida vivida atrás das paredes inertes dum apartamento, frente a uma televisão, computador ou outro milagre do culto do isolacionismo…
Comitan de Dominguez
camarada, é como se estivesses connosco, é como se estivéssemos contigo, apesar das imensas saudades. grande abraço
ResponderEliminarCaro Idílio,
ResponderEliminarcontínuo a acompanhar-te com entusiasmo. bom ano de 2011.
abraço
Querido Idílio,
ResponderEliminarestou a adorar "viajar" contigo, mal posso esperar que entres na Guatemala, pois é a primeira vez que a visito.
BOM 2011!
fantástica a coleção 'interminável' de fotos regada pela tua prosa sempre irresistível. Quero ler tudo como se fosse um caminhante, sentir na cara todo esse vento patagónico, mas a verdade é que aqui em casa não há atrito nenhum e rapidamente chego ao fim de mais um episódio. Foi bom relembrar e sentir toda a pujança de vida do México que conheci há uns anos. O passeio de barco a 100 à hora não foi perda de tempo para mim. Embora perceba e esteja solidário quanto à desilusão da tua experiência, o canyon do sumidero é de nos tirar o fôlego. Gosto muito das tuas fotos 'amadoras' de rua, mas quando viajo deliro ainda mais com a beleza selvagem que resta deste planeta. Obrigado pela viagem, Idílio.
ResponderEliminarOlá Idílio!
ResponderEliminarComprei o 'Viva México' para acompanhar a tua viagem e devo dizer que as tuas histórias e fotografias superam os relatos da Alexandra Lucas Coelho (o livro foi recentemente editado na colecção de viagens da Tinta da China e é da autoria da Alexandra Lucas Coelho, com base nas crónicas que foi fazendo no Público este ano). Apesar de gostar muito da escrita da ALC, o teu modo de olhar e sentir o dia e as pessoas é muito mais luminoso! Obrigada pela partilha do frenesim, das cores dos mercados e dos trajes, da revolução e das utopias :)
E, já agora, desejo que faças uma boa "viagem" para o ano novo :)
bjs mil
Rosana
Olá Idílio!
ResponderEliminarTambém por aqui continuamos a acompanhar-te nessa fabulosa caminhada. Um bom Ano 2011! bjs
Amigão Idílio,continuamos a adorar as tuas fotos e as descrições dos peregrinos tá muito boa.Foste falado badalado,e recordado no nosso jantar de natal.O SOS tá vivo.Continua com essa coragem,mas não aumentes os adereços senão a "bicla" não cabe na foto.A reportagem da Marina no DN tava fabulosa.
ResponderEliminarEntra bem e bebe algo que te dê prazer.Boas entradas.remigiorui@gmail.com
Olá Idílio, ao menos no teu blogue não somos bombardeados diariamente com a crise, a crise da crise, a crise da crise da crise, etc... nem com o IVA a 23%, nem com a recessão, nem com os termos que tu fizeste bem em deixar neste pobre país à beira-mar especulado! Nem com as misérias do glorioso Benfica... Nestas tuas andanças vê lá se descobres o El Dorado - ou alguma mesinha - para nos tirar deste atoleiro. Bom ano de 2011! Um forte abraço, Palhares.
ResponderEliminarCaro amigo estamos todos a torceror ti para que leves esta incrivel viagem a bom termo. Que tenhas umas boas entradas no novo ano. Nao abuses das tequilhas. Um grande abraco (nota que estou sem pontuacao, mas a boa noticia e' que o teu blog se le bem no IPad)
ResponderEliminarCaro Idílio,
ResponderEliminarAcabei de perder, aliás ganhar, mais de 1H a ver e ler (quase tudo!) desde o início da sua viagem.
Simplesmente não há palavras, estou estupefacto com a sua coragem e espírito de desprendimento. Revejo-me inteiramente na sua vontade de partir, de fazer caminho, o caminho. Espero um dia fazer algo semelhante!
Resta-me desejar-lhe continuação de boa viagem e decerto cumprirá o seu objectivo.
Irei continuar a acompanhar os seus fabulosos relatos!
Cumprimentos,
Rui Santos
Coimbra
Grande Abraço, Que entres bem no Ano cheio de Saúde e força para continuar a pedalar!
ResponderEliminarUm Grande Abraço,
Alexandre Direitinho
Caro Idílio,
ResponderEliminarAgora que já sei por onde andas, quero enviar-te um grande abraço e tenho a certeza que te estás a divertir a valer. Se existir alguma passagem na tua viagem um bom ano.
Un bom ano muito felis para finalizares em otimas condiçons o teu percurço que os dias chegem a teu favor para nao cançares o motor, faz revisons a tempo indicado cuida dele ;olio;olio;olio com fartura abraço parente
ResponderEliminarIdílio,
ResponderEliminarespero que a Guatemala mantenha a côr e luz nos teus relatos. Como está a ser? Muitos beijinhos e BOM ANO! (ps - gostei de te ver com menos barba e cabelo, muito, muito mais guapo :-)
A descrição do ambiente na Igreja em San Juan Chamula está irrepreensível
ResponderEliminarMas a foto do David, 5 anos, engraxador em Tuxtla Gutierrez é contagiante. Como uma foto pode "dizer" tanto.
O engraxador, uma foto que me faz retroceder 45 anos. Era eu!
ResponderEliminarQue saudades!
Que inveja, viajante!
"Como parece mais pobre a vida vivida atrás das paredes inertes dum apartamento, frente a uma televisão, computador ou outro milagre do culto do isolacionismo…"
ResponderEliminarNa mouche!
E como inverter esta direcção?
Grande abraço
Caro Idílio,
ResponderEliminarvenho acompanhando com muito prazer essa maravilhosa viagem e lembro a cada momento a que fiz no verão de 2009 entre a Alemanha e a Hungria, um passeio europeu de 1.300Kms que me despertou para novas aventuras. Só espero que o papel da reforma venha antes do verão, para preparar a bike e sair à descoberta do prazer de viajar e viver.
Um abraço e não esqueça de escrever!
Vitor